Resumo: Nosso trabalho busca discutir o samba carioca e o documento produzido
pelo Centro Cultural Cartola para registrar as matrizes do samba do Rio de Janeiro
como um bem imaterial no Livro das Formas de Expressão criado pelo IPHAN em
2000. Para isso, buscamos compreender as diferentes expressões deste gênero
musical e suas transformações narrativas, melódicas e timbrísticas que o
transformaram de música marginal a símbolo de brasilidade e que o tornaram o ritmo
da maior festa brasileira: o carnaval. Compreendemos que tal processo se deu em
consonância com as transformações políticas, sociais e urbanísticas que a cidade do
Rio de Janeiro sofreu nas primeiras décadas do século XX e que, o inventário e
registro das matrizes do samba carioca é fruto não apenas dos anseios da
comunidade de sambistas, mas também do diálogo destes com intelectuais e gestores
públicos. Além disso, tal política voltada para a preservação e salvaguarda dos bens
imateriais se coaduna com políticas e projetos urbanísticos de transformação de certos
espaços citadinos em verdadeiros museus a céu aberto, como é o caso do Museu a
Céu Aberto do Morro da Providência e da construção da Cidade do Samba, que
expressam uma preocupação com a revitalização da área, a valorização imobiliária e o
incremento da indústria do turismo.
segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016
As Matrizes do Samba Carioca e Carnaval: algumas reflexões sobre patrimônio imaterial
Compartilhamos o artigo "As Matrizes do Samba Carioca e Carnaval: algumas reflexões sobre patrimônio imaterial", de autoria de Fabiana Lopes Cunha (é Professora Doutora da .UNESP- Campus Experimental de Ourinhos
– Ourinhos/SP), publicado na revista digital Patrimônio e Memória, UNESP – FCLAs – CEDAP, v. 5, n.2, p. 34-57 - dez. 2009
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sábado, 18 de julho de 2015
Patrimônio cultural não é lixo, patrimônio é memória e história
Este texto de minha autoria, foi originalmente publicado no Jornal A Tribuna em Mato Grosso, em 06 de outubro de 2011
Durante toda a história do homem, marcas de sua vida foram deixadas em monumentos, pinturas, documentos e em todas as suas formas de produção, constituindo, assim, vestígios da vida humana. O ser humano é movido por reflexões sobre sua existência, e foi a partir dessa premissa que estudos ligados à busca da compreensão do próprio “eu” têm causado movimentos religiosos, científicos e artísticos. Essas marcas geram até hoje a curiosidade da humanidade, que busca entender seus antepassados, por meio dos patrimônios entremeados no processo histórico mundial. Esses monumentos trazem características de civilizações que auxiliam na formação de uma identidade nacional.
A História só ganha vida quando, através do patrimônio, se reconhece como identidade de um povo, de uma nação, pois é a historicidade que desempenha o papel de diferenciador de cada cultura e etnia. O patrimônio pode ser material ou imaterial em vertentes históricas, folclóricas ou ambientais. Todas essas categorias quando unidas são como pergaminhos que remontam a História e a Cultura de um determinado povo. Aprendemos que os egípcios, os inventores das grandes pirâmides, usando a matemática e a geometria, descobrimos que novos horizontes foram encontrados por homens em caravelas e desvendamos que cultura não é primitiva e, sim que cada etnia apresenta uma forma de controlar e compreender seu meio. Assim, podemos dizer que o patrimônio, independente de sua classificação, é como um livro que nos ensina a cada dia em que cuidamos do que um dia pertenceu a nossos antepassados.
O período da Revolução Francesa é o mais importante para o início da organização do patrimônio como fonte de estudo e provas científicas para formação de um conceito de identidade nacional. Esta “Revolução” danificou os patrimônios existentes, muitos foram destroçados, igrejas foram incendiadas, estátuas foram derrubadas ou decapitadas, castelos foram saqueados. O termo “vandalismo” foi extenso e o peso balanço das destruições trouxe preocupação. Tendo este fator como exemplo: devemos nós continuarmos a destruir nossas memórias? deixaremos que essas lembranças e histórias de vida se percam e assim não podermos ter uma identidade como nação? Observe o que na história, Napoleão Bonaparte fez pensando na destruição desses patrimônios.
Como dizia Mário de Andrade: “Defender nosso patrimônio histórico e artístico á alfabetização”, pois estes são as vestígios de nossa existência nacional, nossa integração como agentes políticos e sociais de um processo de relações internacionais. No Brasil, a concepção de patrimônio está vinculado com a necessidade de forjar uma identificação nacional. A isso a história vem com o propósito de mostrar as características do povo brasileiro, ou seja, por meio dos vestígios deixados por nossos antepassados podemos reconstituir o histórico de nossa origem, considerando as fundamentações legais. Durante o século XX, muitas lutas foram marcadas pela proteção do patrimônio histórico, artístico e ambiental. Atualmente, o Estado tem o dever de cumprir o papel de proteger, considerando a lei vigente, pois pela Constituição Federal, os poderes federal, estaduais e municipais devem zelar por todos os patrimônios de diferentes formas. Porém, a realidade é algo a ser refletida, observamos patrimônios arquitetônicos serem dilacerados, com finalidade de novas construções que na sua maioria das vezes descaracterizam o local, alterando o meio urbanístico da cidade, desconstruindo sua memória e sua sem preservar a identidade.
Mato Grosso é um espaço rico de uma diversidade patrimonial, que vão desde o material ao imaterial, patrimônio este que remonta aos tempos coloniais, porém corre o risco da perda total, descaracterizando seu passado, em ações que pensem em lucros e desenvolvimento sustentável sem controle dos resultados, para isso cabe aos poderes públicos a sociedade civil organizada constituir parcerias para preservação dos bens materiais culturais mato-grossenses, bem como catalogação e estudo de todas as fontes imateriais, gerando assim uma identidade regional, conscientizando a população com programas realizados por instituições sem fins lucrativos que tornam a cultural uma fonte de desenvolvimento sustentável.
Esse texto, apenas procura provocar um debate sério e urgente em nossa cidade, de que preservar não é necessariamente restaurar bens arquitetônicos do passado ou colocar uma moldura numa grande obra, mas preservar é saber fazer com que o patrimônio se torne parte de sua sociedade no contexto moderno, sem se tornar locais de entulhos, ou abandonados, que as histórias de assombrações sejam parte significativa da magia do local, pois Patrimônio cultural não é lixo, patrimônio é memória e história. Pois, muitas das discussões aqui elencadas possuem a finalidade no preservar o local e qual seu uso têm sido foco de discursos políticos e discussões acadêmicos, ainda que se tenha nenhuma conclusão plausível, apenas que esses locais podem se transformar em espaços de atividades para a sociedade desde históricos, culturais, turísticos, educacionais e sociais.
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domingo, 18 de janeiro de 2015
Fotografia e Patrimônio: Vídeos
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domingo, 8 de dezembro de 2013
Dicionário sobre Patrimônio Cultural - IPHAN
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segunda-feira, 4 de março de 2013
MANIFESTO DE PRESERVAÇÃO: Cemitério dos Escravos de SJB/SP
O Instituto de Pesquisa Histórica e Ambiental Regional (IPHAR) vem requerer de Vossa Senhoria IMEDIATAS SOLUÇÕES referente ao ABANDONO e SITUAÇÃO que se encontra o CEMITÉRIO DOS ESCRAVOS DE SÃO JOSÉ DO BARREIRO. Sabemos que o proprietário a MATRIZ SÃO JOSÉ, não apresenta recursos para sua manutenção, ficando de responsabilidade do Poder Público auxiliar. Este Abaixo-Assinado esta realizado para que soluções imediatas sejam apresentadas como:
- LIMPEZA MENSAL DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO, EVITANDO MAIORES DANOS
- APÓS LIMPEZA, INSERIR O PATRIMÔNIO DENTRO DAS ATIVIDADES CULTURAIS DA CIDADE
DOS CONSIDERANDOS:
Considerando a necessidade de proteger todo um sítio natural, paisagístico e histórico;
Considerando a RESOLUÇÃO SC-20, DE 14 DE JULHO DE 1989, referente a regularização e tombamento do presente patrimônio, inscrito no Livro de Tombamento, Inscrição nº 289, página 74 de 6 de julho de 1990, do Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (CONDEPHAAT)
Considerando o cumprimento § 1° do artigo 216 da Constituição Federal, artigo 137 do Decreto Estadual nº 13.426/79, que foi revogado pelo de nº 20.955, de 1º de junho de 1983, Lei nº 10.247 de 22 de outubro de 1969, Decreto de 19 de dezembro de 1969, que “dispõe sobre a regulamentação da Lei 10.247, de 22/10/1968 e do Decreto-Lei nº 149, de 15/08/1969” e da Lei n° 9605 de 12 de fevereiro de 1998 no seu Capitulo V, Seção IV, que trata dos Crimes Contra o Ordenamento Urbano e o Patrimônio Cultural, como respaldo legal para que seja ao menos REALIZADA UMA LIMPEZA NO LOCAL;
Considerando que a Sociedade não pode ficar muda perante a degradação, falta de cuidados e principalmente com a falta de apoio do PODER PÚBLICO ao proprietário do Patrimônio tombado;
Considerando que São José do Barreiro precisa urgentemente rever os seus conceitos históricos e preservar a sua memória, a sua história.
Por isto, registramos nosso pedido para que Vossa Exa. oportunize o quanto antes a limpeza do local mensalmente, como início do cumprimento das Leis explicitadas acima. Com isso, nossa instituição se coloca a disposição para orientação,
RESPEITOSAMENTE,
Os signatários
- APÓS LIMPEZA, INSERIR O PATRIMÔNIO DENTRO DAS ATIVIDADES CULTURAIS DA CIDADE
DOS CONSIDERANDOS:
Considerando a necessidade de proteger todo um sítio natural, paisagístico e histórico;
Considerando a RESOLUÇÃO SC-20, DE 14 DE JULHO DE 1989, referente a regularização e tombamento do presente patrimônio, inscrito no Livro de Tombamento, Inscrição nº 289, página 74 de 6 de julho de 1990, do Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (CONDEPHAAT)
Considerando o cumprimento § 1° do artigo 216 da Constituição Federal, artigo 137 do Decreto Estadual nº 13.426/79, que foi revogado pelo de nº 20.955, de 1º de junho de 1983, Lei nº 10.247 de 22 de outubro de 1969, Decreto de 19 de dezembro de 1969, que “dispõe sobre a regulamentação da Lei 10.247, de 22/10/1968 e do Decreto-Lei nº 149, de 15/08/1969” e da Lei n° 9605 de 12 de fevereiro de 1998 no seu Capitulo V, Seção IV, que trata dos Crimes Contra o Ordenamento Urbano e o Patrimônio Cultural, como respaldo legal para que seja ao menos REALIZADA UMA LIMPEZA NO LOCAL;
Considerando que a Sociedade não pode ficar muda perante a degradação, falta de cuidados e principalmente com a falta de apoio do PODER PÚBLICO ao proprietário do Patrimônio tombado;
Considerando que São José do Barreiro precisa urgentemente rever os seus conceitos históricos e preservar a sua memória, a sua história.
Por isto, registramos nosso pedido para que Vossa Exa. oportunize o quanto antes a limpeza do local mensalmente, como início do cumprimento das Leis explicitadas acima. Com isso, nossa instituição se coloca a disposição para orientação,
RESPEITOSAMENTE,
Os signatários
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Postado por Profª Ludmila Pena Fuzzi às 08:47 0 comentários
quinta-feira, 25 de agosto de 2011
Refletindo: Restauro e Reconstrução
Muitos de meus leitores enviaram e-mail me perguntando a diferença entre restauro e reconstrução. Início falando que são coisas totalmente opostas e infelizmente já analisei vários livros técnicos de arquitetos que misturam estes dois conceitos.
Uma forma interessante de compreendermos a diferença é apresentando os verbos derivados de ambos os conceitos, vamos lá?:
reformar - dar nova forma a;
reorganizar;
reconstruir.
restaurar - instaurar de novo;
renovar;
readquirir;
reconquistar;
consertar;
reintegrar.
Uma forma interessante de compreendermos a diferença é apresentando os verbos derivados de ambos os conceitos, vamos lá?:
reformar - dar nova forma a;
reorganizar;
reconstruir.
restaurar - instaurar de novo;
renovar;
readquirir;
reconquistar;
consertar;
reintegrar.
Como pode observar reformar é não deixar o original, recriando, remontando toda uma nova estrutura. Já o restauro é manter o original, usando de preferência o mesmo material. Em casarões são usados os restauros, porém em algumas partes só é possível a reconstrução.
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Postado por Profª Ludmila Pena Fuzzi às 16:01 0 comentários
segunda-feira, 25 de abril de 2011
Educação Patrimonial
A educação patrimonial nas escolas é essencial para a busca da conservação da identidade cultural regional nas cidades e regiões. Por isto trago este assunto a ser discutido no post. Devemos introduzir nas escolas esta temática o quanto antes, pois se não a essência da identidade regional irá se perder por completo.
Vamos algumas definições, segundo o IPHAN:
O que é Educação Patrimonial?
Toda vez que as pessoas se reúnem para construir e dividir novos conhecimentos, investigam pra conhecer melhor, entender e transformar a realidade que nos cerca, estamos falando de uma ação educativa. Quando fazemos tudo isso levando em conta alguma coisa que tenha relação ao com nosso patrimônio cultural, então estamos falando de Educação Patrimonial!
Como é que funciona a política do Iphan para a Educação Patrimonial?
O Iphan busca formas de implementar uma postura educativa em todas as suas ações institucionais. Isso significa que o Iphan espera que cada vez mais suas representações espalhadas por todo o território nacional, funcionem como centros de diálogo e construção conjunta com a sociedade de políticas de identificação, reconhecimento, proteção e promoção do patrimônio cultural. O projeto Casas do Patrimônio (link) é a principal iniciativa nesse sentido.
Quem cuida do setor de Educação Patrimonial no Iphan?
A Gerência de Projetos e Educação Patrimonial – Geduc, sediada em Brasília, centraliza, apóia e divulga as informações a respeito das ações desenvolvidas em todo o país voltadas para a educação patrimonial. É também responsável pelo apoio à rede de agentes educativos dedicados ao patrimônio cultural, nas regionais do Iphan e na articulação com setores da sociedade civil, estados e municípios.
Acessado em 25/04/2011 às 10:45
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Postado por Profª Ludmila Pena Fuzzi às 06:49 0 comentários
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